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Patrimônios Tombados no Guarujá

Atualmente, o tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público (SEEC/CPC) com o objetivo de preservar, através da aplicação da lei, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico e ambiental para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados.

Edifício Sobre as Ondas e Casa de Pedra

Localização: Av. General Rondon nº 30 (Edifício) e nº 77 (Casa)
Número do Processo: 39297/99 e 63106/10
Resolução de Tombamento: Resolução 44 de 05/07/2013

Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 403, pgs. 118 e 119

 

Projeto dos arquitetos Oswaldo Corrêa Gonçalves e Jayme Campello Fonseca Rodrigues, o edifício “Sobre as Ondas” por suas características se configuraria como um dos primeiros exemplares de arquitetura moderna vertical a ser construído no litoral de São Paulo, em 1945. Incorpora características centrais do racionalismo de Le Corbusier – piloti, planta livre, terraço jardim – e a curva, presente em projetos modernistas brasileiros. A curva, aliás, é a própria configuração do edifício, que parece abraçar o mar, e ao mesmo tempo dominar a paisagem. Esta subversão da paisagem à técnica se faz muito presente no discurso modernista.

 

Destaca-se a construção sobre a formação rochosa que divide as praias de Pitangueiras e Astúrias, onde também se localiza a Casa de Pedra, construída em 1952, cujo projeto de Henrique Cristofani, o “Verona”, (escritório de Gregori Warchavchik) fora encomendado pelo mesmo idealizador do Edifício Sobre as Ondas, Roberto Braga.

 

A Casa de Pedra utilizou as rochas como parede e apoio estrutural, que afloram na área interna da casa sejam como parede, seja como banheira. Possui linguagem típica da arquitetura moderna como lajes planas, elementos geométricos e amplo emprego de ferro e vidro.

Ambas as edificações são revestidas externamente com pastilhas e constituem elementos indissociáveis e marcantes na paisagem do litoral do Guarujá.

EE Pastor Francisco Paiva de Figueiredo (antiga EEPG Conceiçãozinha)

 

Localização: Rua Hélio Ferreira nº 540 - Guarujá
Número do Processo: 45961/03
Resolução de Tombamento: Resolução 79, de 30/07/14

Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 418, p.125

 

A antiga EEPG Conceiçãozinha (atual Escola Estadual Pastor Francisco Paiva de Figueiredo), prédio de 1976, de autoria do arquiteto João Batista Vilanova Artigas, destaca-se por sua arquitetura, que inova com opção inusitada dentro das soluções e componentes padronizados e limitações impostas pelas regulamentações da CONESP - empresa pública então encarregada de realizar construções escolares. O edifício sobressai ainda pela sofisticação da estrutura do telhado e das arcadas paralelas que percorrem toda a construção formando pátios que remetem a espaços religiosos tradicionais.

Ermida Santo Antônio do Guaibê

 

Localização: Extremo norte da Ilha de Santo Amaro
Número do Processo: 20075/76
Resolução de Tombamento: Resolução de 09/12/1977

Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 123, p. 21, 03/07/1979

 

Em 1766, o governador Luiz Antônio de Souza Botelho e Mourão, o Morgado de Mateus, ordenou o embargo das obras da Capela de Santo Antônio de Guaíbe “por ser em prejuízo da Fazenda de S. Majestade”. No final do século XVIII, as obras foram reiniciadas e concluídas pelo administrador da Armação das Baleias, Francisco José da Fonseca. Em ruínas, em meio a uma densa vegetação, é perceptível a sua técnica construtiva, em alvenaria de pedra e argamassa, muito comum às construções do litoral brasileiro. Em situação idêntica encontra-se a Fortaleza de São Felipe, patrimônio localizado muito próximo à ermida.

Fortaleza do Itapema, Farol e Anexos

 

Localização: Vicente de Carvalho
Número do Processo: 20139/76
Resolução de Tombamento: Resolução 21 de 30/4/82

Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 172, p. 40, 25/05/1982
 

As primeiras referências à Fortaleza de Itapema datam de 1660, tendo recebido diferentes denominações ao longo de sua história, entre elas, Forte do Pinhão e Fortaleza Santa Cruz de Itapema ou Vera Cruz do Itapema. A atual foi projetada pelo brigadeiro Silva Paes no século XVIII e sofreu diversas reformas no decorrer do tempo. Teve como prováveis responsáveis pela obra os descendentes de Jorge Ferreira que, por sua vez, era genro de João Ramalho, proprietário das terras em que se localiza o imóvel. Como é típico na arquitetura dos fortes, uma muralha em pedra envolve toda a área, criando um grande pátio, no qual encontra-se uma pequena construção em que se guardavam carretas e outros equipamentos, além do mirante. Em pontos estratégicos da muralha, localizam-se as guaritas.

Fortaleza de São Felipe

 

Localização: Extremo norte da Ilha de Santo Amaro
Número do Processo: 00347/73
Resolução de Tombamento: ex-officio em 5/5/80

Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 87, p. 10, 23/09/1974

 

Em 1904, Euclides da Cunha visitou o canal de Bertioga e relatou, por engano, que uma das fortalezas era a de São Felipe, “reduto secular de Hans Staden”. Por esta razão as ruínas passaram a ter esta denominação e serem confundidas como quinhentista. O forte a que se refere o jornalista e escritor foi edificado em 1557 por Jorge Ferreira, capitão mor da Capitania, e desapareceu sem deixar vestígios em conseqüência do abandono a que ficou relegado durante todo o século XVII. A fortaleza, tal qual hoje se apresenta, foi construída em 1765, em local estratégico, por ordem do governador da Província, Morgado de Mateus, com a denominação de Forte de São Luiz. Em 1860, o comandante José Olinto de Carvalho teceu elogios à Fortaleza de S. Luiz, apesar de inacabada e servir de Casa de Pólvora. Atualmente, o seu estado de conservação é precário e, em ruínas, subsistem muralhas, as bases das guaritas, muros e pisos em pedras.

Forte da Barra Grande

 

Localização: Extremo sul da Ilha de Santo Amaro
Número do Processo: 00346/73
Resolução de Tombamento: IPHAN em 23/4/64, ex-officio em 05/05/1980

Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 19, p. 2, 27/04/1971

 

Por volta de 1580, iniciava-se a construção do Forte da Barra Grande, objetivando a defesa da área contra os ataques constantes dos índios e piratas. A Ilha de Santo Amaro já contava, por esta época, com uma pequena povoação, em terras de propriedade de Jorge Ferreira, obtidas através de sesmarias concedidas por Martim Afonso de Souza. No início do século XVII foi dado ao forte o uso de presídio político, ocasião em que se construiu uma capela cujas obras estiveram a cargo de José Rodrigues, mestre de campo e governador da Praça de Santos. No local da primitiva edificação, João Massé construiu outra, em 1723, quando foi governador da província o capitão-general Rodrigo César de Meneses. Passou por reformas e esteve funcionando até 1911, quando foi desativada. Posteriormente, suas baterias foram removidas e instaladas no Forte de Itaipu, na Barra Grande, transformando-se em depósito para a guarda de materiais diversos, entre os quais, a pólvora. Foi restaurado pelo Iphan e reaberto ao público em 1999.

Morro do Botelho

 

Localização: Bairro da Barra Funda
Número do Processo: 22694/83
Resolução de Tombamento: Resolução Secretaria da Cultura 15 de 01/08/84


Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: inscrição nº 15, p. 304, 08/09/1986
 

O Morro do Botelho faz parte de um conjunto de maciços e serras cristalinas (rochas granitóides) que, embora não constituam setores contínuos às escarpas da Serra do Mar, são dominados por processos de evolução de relevo semelhantes. Chegando a um desnível de 160 m em relação à planície e coberto por mata pluvial de encosta, o Morro do Botelho se sobressai na paisagem urbana do Guarujá como fato natural marcante e de grande expressividade. No sopé do Morro,  bairro da Barra Funda, destaca-se a presença de um manancial conhecido como Biquinha. Como características físicas importantes destes setores cristalinos podem ser arroladas as altas declividades das encostas, os espessos horizontes de atuação e os depósitos de tálus, nos sopés, em contato com a planície arenosa e a rica rede de drenagem. A cobertura florestal nativa da Mata Atlântica garante a proteção ao solo e aos cursos d'água, atenuando os processos erosivos e escorregamentos, além de constituir abrigo à rica fauna remanescente do ecossistema insular. A área tombada situa-se entre as coordenadas UTM 7.347,50-7.345,00 kmN e 372,00-371,00 kmE.

Morros do Monduba, do Pinto e do Icanhema

 

Localização: Praia do Guaiúba
Número do Processo: 20650/78
Resolução de Tombamento: Resolução 66 de 10/12/1985

Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: inscrição nº 17, p. 305, 08/09/1986

 

Além do Morro do Botelho, outros maciços e morros isolados do município do Guarujá merecem destaque, como é o caso do Icanhema ou Ponta Rasa, Pinto ou Toca do Índio e Monduba. No conjunto, denotam expressividade e destaque à paisagem urbana litorânea, quer pela densa vegetação nativa que os recobre do topo até a base, quer pelas suas características físicas como as vertentes íngremes, os topos alongados e o desnível topográfico, de quase 200 m, em relação à planície arenosa. O Morro do Icanhema, mais a oeste, constitui, junto com os Morros da Barra e dos Limões, um mesmo compartimento geomorfológico, separado dos Morros do Pinto e do Monduba pela Praia do Guaiúba, praticamente único trecho urbano a manter contato direto com estes ecossistemas. Isolados pela extensa área de mangues, ao norte, e pelo litoral, ao sul, estes morros funcionam como importante abrigo à rica fauna atlântica. A área tombada situa-se entre as coordenadas UTM 7.345,00-7.340,00 kmN e 370,00-366,00 kmE.

Serra do Guararu e Vila da Prainha Branca

 

Localização: Prainha Branca
Número do Processo: 26632/88

Resolução de Tombamento: Resolução 48 de 18/12/1992

Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: inscrição nº 26, pp. 307 e 308, 24/06/1993

 

Com uma área aproximada de 2.100 ha, a Serra do Guararu representa uma das últimas porções de dimensões significativas de Mata Atlântica, em bom estado de conservação, na planície costeira do litoral central. Constituída quase que totalmente por morros cristalinos (migmatitos-granitos), com amplitudes topográficas em torno de 240 a 320 m, declividades médias das encostas superiores de 30 a 45%, e perfis variando de convexos a retilíneos, a área destaca-se pela alta fragilidade e suscetibilidade a movimentos rápidos e intensos de ruptura do equilíbrio geo-ecológico, sobretudo quando da intervenção antrópica extensiva e desordenada. A cobertura vegetal predominante da Mata Atlântica cumpre um papel fundamental de proteção à frágil estabilidade das encostas, atenuando a ação do escoamento superficial, dos processos erosivos e dos movimentos de massa. Faz parte também deste tombamento a Vila da Prainha Branca, por abrigar elementos culturais representativos das comunidades caiçaras. A área tombada inclui todo o setor serrano orientado no sentido SW-NE, situado entre as coordenadas UTM 7.353,68-7.360,75 kmN e 380,08-383,70 kmE.

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